sábado, 30 de janeiro de 2010

PORTUGAL: "faz de conta"

Esta é para aqueles que acreditam que não vivemos num país de "faz de conta". No "faz de conta" daquilo que os políticos querem que o povo, que as agências de rating, que o diabo que os carregue acredite! Até quando? Até quando vamos nós aceitar este "faz de conta"? - De um Presidente da República que convoca o "Conselho de Estado", para pasme-se: "Acalmar as agências de Rating"... Não, não é preciso acalmar o povo, as famílias que caiem no desemprego e que deixam de poder cumprir com o serviço da dívida de sonhos adiados...!?

«O ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, justificou ontem a decisão do Governo de não inscrever no Orçamento do Estado a verba de cerca de 500 milhões de euros para a aquisição do submarino ‘Tridente’, com o facto de este equipamento estar ainda em "fase de testes". Mas o submarino deverá chegar a Portugal em Junho, por isso há quem aponte que o único objectivo do Governo é evitar o agravamento do défice.

Augusto Santos Silva disse ao CM que "para efeitos de contabilização estatística", a verba só será inscrita no OE "com a recepção definitiva do submarino", mas recusou a apontar uma data.

Fernando Rosas (BE) fala em "jogo contabilístico" e admite que a intenção do Governo é não agravar o défice este ano, como apontaram várias fontes ao CM. João Rebelo (CDS) considera "estranha" a decisão e garante que vai exigir explicações.»

in, Correio da Manhã

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A propósito de tretas


Temos sempre essa necessidade mesquinha, hipócrita e cobarde de procurar no desconhecido, resposta para o inexplicável. Foi assim que criámos os deuses e depois fizemos deles doutrinas e criámos as religiões. Uns verdes, outros iluminados e ainda outros cor-de-rosa são eles os responsáveis por tudo o que de inexplicável se nos apresenta.

Gabo essa capacidade redutora que muitos de nós temos, à boa maneira Orwelliana de acreditar na figura paternalista de um “big brother”. Aquele que tudo vê, aquele que tudo controla. Como se nós humanos, de máquinas se tratassem, programados e programáveis.

È esse o papel das religiões, ideologias e das apelidadas sociedades secretas. Aliás reparem na possibilidade de estrutura piramidal que obtemos ao organizar este tipo de instituições, das mais elitistas às mais massificadas. Todos nos prometem a luz, a verdade mas em contrapartida retiram-nos a capacidade de raciocinar para além dos seus horizontes. São meras catedrais de dogmas ou espartilhos comportamentais.

Mas afinal o que de tão importante terão eles para nos mostrar? Têm eles encerrado a sete chaves o segredo da nossa existência? – E já agora, para que raio precisamos de saber de onde viemos!? Não é que não me interesse, claro que sim! Mas estou mais preocupado em saber onde estou e para onde vou, do que em descobrir de onde vim...

“Onde quer este gajo chegar?” – Deixem-me responder sucintamente: - Nós humanos, somos como somos! Dependemos de nós, apenas de nós, enquanto elemento singular ou colectivo. A nossa religião, somos nós! O nosso destino, somos nós! Tudo se encerra ou se abre em nós próprios. A luz da verdade é a luz daquilo em que acreditamos e, que não pode ser mais do que acreditar em nós próprios.

Precisamos de nos livrar de tudo isto que nos condiciona sistematicamente o olhar sobre esta verdade, simples e libertadora. Todos somos iguais no pensar, sentir, viver e no morrer.